Tony Hawk é um mito. Também não vou discutir que ele é o maior skatista de todos os tempos. Além de ser um dos maiores responsáveis pela popularização do skate mundialmente. Tudo isso é incontestável, unanime.
Pioneiro, inovador, estiloso, Pelé do skate, aí já contesto, mas respeito quem defende.
Acompanho Tony desde metade da década de 80, pelas revistas de skate (brasileiras) que alimentavam a lenda como campeão acumulador de títulos. Pelas fotos eu ainda não entendia como eram feitas as manobras, mas achava animal por causa da forma em que construíam o ídolo. Afinal, no Brasil aprendemos desde cedo que ser campeão é o que importa!
Depois de alguns anos, já com mais noção, tive acesso aos vídeos. Stacy Peralta sabia produzir vídeos de skate como ninguém e aproveitava o talento de Tony Hawk ao máximo. Animal Chin, Ban This, Public Domain, Propaganda, causaram choques culturais na minha infância me convencendo que nunca mais abandonaria o skate.
Apesar de não ser meu favorito, gostava muito do Hawk mesmo que nunca me influenciava diretamente nas sessões, já que meu negócio sempre foi andar nas ruas.
Diferente de 1988 quando o público pagava para assistir Hawk andando no auge, sedentos por novidades, dessa vez os fãs brasileiros foram a uma apresentação com entrada gratuita no ginásio do Ibirapuera. Quem queria assistir manobras “espectaculares” como o 900 e movimentos de videogame, pode ser que tenha se decepcionado, porque Hawk fez apenas uma session burocrática. Mas quem queria apenas ver pessoalmente uma lenda viva não se decepcionou. Tony Hawk é o embaixador do skate mundial e não deve satisfações a ninguém.
Aproveitando o post, extendo a mais um assunto ligado ao Hawk:
Por tudo o que ele representa acho justo que ele venha ao Brasil com honras de chefe de Estado e todo luxo que tenha direito. Mas se formos comparar com outros skatistas não muito menos importantes, estamos em débito.
Já que louvam tanto o Hawk pelo que está andando aos 43 anos de idade, porque não dão mais valor ao Chris Miller (44) e Lance Mountain (47), que continuam na ativa de verdade. De verdade que eu digo é participando de eventos de skatistas para skatistas, dividindo cachês, disputando premiações, continuando com a evolução e inovação. Miller e Mountain são só dois exemplos, pois a lista é grande, começa com Hosoi e Caballero e vem uns dez nomes fácil… E não podemos deixar de citar também nossos heróis brasileiros, Sérgio Negão, Luiz Come Rato, Marco Aurélio Jeff, etc.