O Cine Olido foi inaugurado em 1957. Ele vivenciou a época de ouro dos cinemas no Brasil. Em 2004 ele foi reinaugurado depois de passar por reformas, e desde então, é o Teatro Chinês Hollywoodiano (Grauman’s Chinese Theatre) do skate brasileiro. Nessa época de ouro das produções de skate nacional, os principais vídeos são exibidos na Olido em primeira mão.
Ontem foi a noite da quinta edição do Metrópole, e como sempre, sala lotada e galera comportada. E essas premières só são possíveis porque a galera que vai assistir age como cidadãos educados. Nada de vandalismos, cigarros ou entorpecentes lá dentro.
O público da premiére é bem variado, mas a presença dos streeteiros locais dos picos do centro de São Paulo é massiva. Uma coisa que nunca imagine, era ver essa galera curtindo uma parte de vertical. Mas o Dan Cesar foi, justamente, o mais ovacionado da noite. O moleque dichavou! Foi filmada praticamente só em duas rampas (Tent Beach e São Bernardo), e se não fosse por essa “limitação de cenário”, arrisco dizer que é uma parte pra vídeo (de marca) gringo. Muitas manobras abusaaadas. Várias delas eu ainda não consegui entender. Preciso arrumar um DVD pra assistir com calma. O Dan tá num patamar de skate além de qualquer vert-rider que anda em rampas brasileiras, sejam pros ou amadores. Mas o vídeo tem ainda partes pesadas com os representantes da rua. Danilo Diehl, Gian Naccarato, Vitor Sagaz e o Fabinho Pires. Como eu ando direto com o Danilo fica difícil falar sobre as partes dele em vídeo. Ainda mais que ele é um “Chico Bento” e deixa de filmar várias manobras. Aquele heelflip varial da entrevista na 100% só foi registrada por fotos, acredita?
As linhas do Fabinho são as mais legais de assistir. Ele rema com vontade e todas manobras são no galeto. É interessante assistir uma parte de um brasileiro num cenário diferente. O cara mora na Finlândia e anda em vários picos que não costumam aparecer em qualquer vídeo.
A última vez que eu tinha ido na Olido foi pra assistir o “Ainda é só o começo”. Faz pouco tempo e minha parte favorita foi a do Sagaz. Como o Vitor é sagaz, não perdeu tempo e já colocou uma parte dele no Metrópole também. E nesse meio tempo uma entrevista na 100%. As imagens do Metrópole são melhores, mas prefiro as manobras do “Ainda é só o começo”.
Minha parte favorita (de street) dessa edição é a do Gian. Lendário Gian Naccarato. Taí um cara que pode ser jogado em qualquer lugar e vai andar. E muito bem! Nem tenho o que escrever sobre esse cara que vídeo após vídeo, parte após parte, continua surpreendendo. É outro que teve uma parte muito boa lançada há pouco tempo, no “Quem é visto sempre aparece”. E tenho certeza que ele já deve ter mais uma parte pronta superando essa pra lançar quando tiver oportunidade.
O vídeo tem ainda as clássicas partes mesclando skatistas. Vários brasileiros andando na Europa, como o Erisson Trakinas e o Neverton Socado, que estão morando em Barcelona. E essa parte é legal porque o Waguinho teve o cuidado de nomear um por um dos que aparecem. Dá bastante trabalho, mas o cara se preocupou com isso. Outra edição legal é uma sessão P&B no tri-banks de campon.
Enfim, acho que foi uma das melhores produções brasileiras de skate que já assisti. Gostei principalmente por ser uma edição simples, sem firulas. A projeção de imagens do Olido não é das melhores, prejudicou um pouco a exibição, mas deu pra instigar pra querer comprar o DVD e assistir com calma em casa. O Waguinho não falou quando vai estar à venda. Mas acho que devia fazer igual a BS, já ter pra vender logo na première.