De passagem pelo Vale do Anhangabaú ontem, me deparei com o início do cercamento da área que desde 1992 é o principal pico de skate do Brasil.
Perguntei pra um funcionário e ele me confirmou que é o início de um projeto antigo de revitalização do Vale.
O próprio Marcelo Formiga está conformado com o “fim” do Vale e me disse que estava esperando isso a pelo menos três anos.
Em 2015 eu fiz um post aqui no blog noticiando que essa revitalização havia sido aprovada e a prefeitura abriu licitação. O plano inicial era que a obra começasse em 2016 para ser entregue em 2018.
O contrato (que pode ser lido aqui) foi assinado só em 2017.
Sinceramente, acho difícil que esse projeto seja alterado, pois se uma empresa ganhou a licitação, então ela deve estar correndo para não perder.
Há várias versões de projetos de revitalização do Vale do Anhangabaú, e num deles, tem até uma pequena pista de skate.
É triste, é o fim de uma Era.
Mas o skate de rua resiste e se renova.
Atualizando: criei um post para seguir o assunto: Boletim da requalificação do Vale do Anhangabaú
Está rolando uma campanha online para tentar salvar o Vale. Assine e se manifeste pelo https://secure.avaaz.org/po/community_petitions/Prefeitura_de_S_Salve_o_vale/details/
Atualizado de novo: num evento no Palácio dos Bandeirantes nessa quinta-feira, o Diego Gema questionou o prefeito Bruno Covas sobre o fechamento do Vale do Anhangabaú para a requalificação. O prefeito confirmou a reforma e disse que todas as informações estão no site, como eu já havia republicado aqui.
Do site da prefeitura:
Requalificação do Anhangabaú
O centro de São Paulo é um setor privilegiado da cidade. A ampla oferta de empregos, a pujante dinâmica do comércio popular e especializado, o amplo serviço de transporte público, a presença dos órgãos de governo, a memória do patrimônio histórico, a ampla oferta de equipamentos culturais e de espaços públicos tornam o centro um lugar simbólico e estratégico para toda a cidade.
Para garantir e ampliar a presença de toda a população sobre o espaço é necessário estarmos atentos a como as diferentes demandas e dinâmicas acontecem sobre suas ruas, avenidas, praças e parques. Estes espaços têm para a cidade as funções mais diversas, como lazer, manifestação, simbologia. Mas sem dúvida todos eles necessitam de uma qualidade no seu uso, na sua infraestrutura e na sua paisagem.
Para que esta transformação se torne realidade, foi desenvolvido para o Anhangabaú um projeto que contempla o respeito à escala humana, o resgate de suas características históricas, a melhoria dos acessos, a ativação de suas fachadas, e a instalação de equipamentos de lazer e apoio. Cafés, floriculturas, sanitários, ludoteca, atendimento social, informações turísticas, entre outras atividades farão parte da vida cotidiana do Vale. Fortalecendo a sua característica de porta de acesso ao centro, o projeto do Vale qualifica as conexões com os meios de transporte público – metrô, ônibus; com os espaços culturais da cidade, museus, cinemas e teatros; além dos edifícios de escritório ao seu redor.
Atualizando (10 de junho): na manhã dessa segunda-feira, a prefeitura anunciou oficialmente o início das obras. Após a coletiva de imprensa, soltaram a seguinte nota:
“O projeto de requalificação do Vale do Anhangabaú foi construído a partir da contribuição de diversas pessoas, grupos, técnicos e profissionais da sociedade civil, em um processo participativo realizado desde 2013. As estratégias foram debatidas por diversos segmentos da sociedade e trazem um espaço democrático, resultado de solicitações e contribuições no processo participativo, acolhendo várias atividades que poderão se desenvolver ao mesmo tempo, como por exemplo, a prática de esporte e skate. A requalificação do Vale envolve a criação de um espaço de 787 m² voltado inteiramente para a prática de skate, com obstáculos e percurso para o desenvolvimento do esporte“.