No ano 2000 comecei a trabalhar na revista 100% e abastecer o site. Para cobrir eventos, tinha que fotografar com filme, mais precisamente 36 cliques disponíveis num rolo. Então tinha que escolher bem os skatistas e manobras, diferente de hoje com câmeras digitais e infinito espaço pra armazenar imagens. Num campeonato de minirrampa na Tent Beach, em Santo André, um polaquinho me chamou atenção pelo estilo. Escolhi-o para fazer essa foto do crooked to fakie e no dia seguinte estava publicada no cemporcentoskate.com.br. A primeira foto do Klaus Bohms publicada… Que honra pra mim. Desde então tenho acompanhado sua evolução como skatista e pessoa. Um moleque especial cheio de estilo, originalidade e humildade.
Na noite dessa quarta-feira ele está comemorando o lançamento do seu primeiro modelo de tênis assinado pela adidas Skateboarding. De origem alemã como a marca, Bohms passou os últimos dois meses se empenhando para produzir uma parte de vídeo para promover o tênis. Pouco tempo para viajar aos EUA e gravar as manobras, mas a missão foi cumprida.
Assista o vídeo e leia o breve papo com o Klaus falando sobre a produção do tênis e do clipe.
Quem da sua família é da Alemanha?
Meu avô paterno é alemão. Então toda a família da parte do meu pai era muito em contato com a parte alemã, haviam revistas alemãs em casa, falavam alemão (só eu que não aprendi), minha vó fazia vários chucrutes e outras comidas típicas…
Quando você foi pra Alemanha chegou a visitar ou conhecer algum parente?
Não. Mas recentemente uma parente distante me encontrou na internet, e não vê a hora de eu ir pra lá pra me conhecerem (risos). Nunca imaginei que encontraria os Bohms na Alemanha algum dia.
Qual a sensação de ver o Bohms impresso num tênis da adidas?
A primeira impressão é de estranheza total. Tava acostumado a ver Gonzales, Busenitz, Silas… Vi Bohms e parecia que tava errado (risos). Mas logo vai acostumando e é muito gratificante. Muito mais que qualquer troféu ou prêmio eu acho, porque a sensação que é ver alguém usando aquilo é indescritível.
Explica como foi o processo de escolha do modelo e o que você aplicou nele além da assinatura.
A escolha do modelo foi fácil, o Campus é meu tênis favorito desde sempre. As cores foi uma decisão mais difícil, no começo eu estava sendo muito ousado, inventando combinações de cores muito malucas, mas depois pensei que deveria escolher uma cor que me permitisse usar o tênis sempre, sem enjoar. Como gosto muito de cinema e nessa época estava numa incursão de filmes P&B, decidi pelo preto, branco e cinza. Para o nome tem duas escolhas, dourado ou prateado, como a parte que o nome vai escrito já era cinza, o nome veio escrito em dourado.
Sobre o vídeo, porque filmou apenas por dois meses?
Porque eu imaginei que a campanha em vídeo para modelo assinado seria como as outras que eu tinha por base, como por exemplo a do Silas, que é ele andando em Portland com uns camaradas numas pistas e tal. Geralmente pra campanha de modelo assinado os vídeos são mais temáticos, não costuma ser uma vídeo parte. Mas logo na minha vez eles mudaram esse direcionamento (risos), e me pilharam para filmar uma vídeo parte no tempo que tínhamos. Foi mais difícil também porque eu tinha acabado de usar para outros projetos todas as imagens que eu já tinha acumulado filmando em SP nos últimos meses. Então comecei meio que do zero.
