A molecada do futuro é o presente

Ser chefe de equipe, team manager, como gostam de chamar, não é uma tarefa fácil. Por um ano ocupei esse cargo na Sims e não é um emprego maravilhoso como muita gente pensa ser. Muitas responsabilidades e tem que ter muita paciência pra aguentar puxa-sacos querendo entrar no time. Hoje a marca não tem nenhum skatista na marca, acho. Mas quando assumi o cargo, a marca ainda tinha um time forte: Sleiman, Wolnei, Rafael Gomes, Gui Zolin… na época, acho que eles tinham uma estrutura razoavelmente boa para viverem de skate. Tinha também alguns amadores. Mas nenhum iniciante ou mirim. Aí me veio o desafio: contratar skatistas certos, que seriam o futuro do skate no Brasil. Não queria ir num campeonato e contratar o campeão. Os moleques tinham que ter FEELING. Não bastava andar muito bem e não mostrar paixão pelo skate.
Deu trabalho, mas depois de alguns meses arrisquei em dois moleques: Carlos Henrique e Dario Santana. Isso foi há seis anos atrás. E nesse mês de maio sinto que meu instinto estava certo. Dario é capa da Tribo e Iqui entrevistado na SKT. Tô feliz não só pelo meu lado profissional, mas por ser fã desses dois. É só o começo da carreira. Eles vão longe!!!

Em 2002, o Iqui tinha 10 anos, e acho que a primeira viagem dele sem a mãe, fui o responsável, numa viagem pelo Estado do Rio Grande do Sul. Ele era pirralhinho, mas já andava muito. Até hoje, essa escada não é qualquer um que desce de ollie. Na época, ele flipou. Não foi moleza… o impacto no chão era tanto, que ele até chorou de dor… mas continuou persistindo. A foto que o Ferrer fez rendeu uma capinha da 100%.

O Dario era uma criança alegre. Vivia com um sorrisão estampado no rosto. Nunca vou esquecer o dia que ele foi com o pai na Sims pra assinar o contrato. A felicidade dos dois era uma coisa sincera, não pelo lado material.